Diário de Campo - 21/12/14




Diário de Campo - 21/12/14 - Esta foi uma fase de campo diferente do habitual, com fim voltado a assistência social. A saída de Curitiba ocorreu as 8h00, com a participação do Pr. Jardel Roscamp. Seguimos pela BR 116 até a entrada da Rodovia da Graciosa, que já estava com uma fila de carros a partir do Portal. A intensa movimentação de veículos refletiu no comportamento da Avifauna. A sinfonia, registradas nas viagens anteriores estava ausente, o silêncio era rompido somente por uma ou outra sábia-una (Turdus flavipes) e tangara (Chiroxiphia caudata). A orquestra, audível, era do deslocamento dos veículos sobre os paralelepípedos da Graciosa.



Na localidade de São João da Graciosa, fizemos uma breve parada para saborear os famosos pastéis de palmito das barraquinhas. Entretanto, eu mesmo, optei por um de pizza.
Seguindo em frente, ao chegarmos no Centro de Morretes, pegamos a Estrada do Anhaia, parando somente no nosso destino principal, a casa do Sr. Divino. Ele é um morador local, que vive em um casebre de madeira por mais de 30 anos. Seus filhos e filhas, às vezes, ficam com ele, ou então, vão para outras cidades vizinhas, como Matinhos. Neste domingo, entretanto, ele estava só. 
Encontramos o Sr. Divino na estrada, cerca de 200metros de sua casa. Provavelmente, se demorássemos mais um pouco, não o encontraríamos, visto que ele estava indo para um campo de futebol onde estava ocorrendo um campeonato local.
Quando mostrei as coisas que íamos lhe entregar, ele ficou surpreso e preocupado, perguntando: - Quanto vai me custar tudo isto?
Explicamos que a cesta básica e os diversos sacos contendo roupas, sapatos e brinquedos foram doados pela Ação Social da Primeira Igreja do Evangelho Quadrangular de Curitiba (EXPRESSO MINHA GRATIDÃO A AÇÃO SOCIAL E A PRIMEIRA IEQ). Aquilo não custaria nada e era uma retribuição pelo seu gesto quando me ofereceu uma fruta (condessa – muito parecida com o araticum) em uma viagem anterior. 
Alegre, ele tentou de todas as formas retribuir, cortando vários cachos de bananas de sua pequena propriedade, banana-ouro, banana-da-terra, banana-maça e etc, que foram colocados no porta-malas do Fiesta.
- Pr. Jardel, já fritou as bananas-da-terra? Ah! Você também esqueceu as raízes de açafrão-da-terra!
Mas ainda não tínhamos encerrado, entreguei-lhe uma Bíblia do Adolescente, que era para sua filha de dezoito anos, ausente. Também solicitei a permissão para fazermos uma oração pela sua vida e família que foi bem recebida.

Com este gesto, plantamos uma semente que ao seu tempo dará frutos pela Graça do Senhor.
Prosseguimos conversando, e entre as coisas que contou, estava o fato de uma caninana circular dentro da sua casa. Embora não seja venenosa, não gostaria de ter uma cobra andando solta dentro de minha casa. Todavia, talvez seja melhor ter ela e evitar a presença de jararacas, comuns na Serra do Mar.


Uma vez que o objetivo desta fase de campo não era de fazer reconhecimento, ou tentar visualizar as aves de rapina de grande porte, despedimo-nos do Sr. Divino e iniciamos uma caminhada até a Cachoeira da Fortuna, localizada dentro do Parque Estadual do Pau Oco.
Logo no início (10h37min – horário solar), avistei um gavião-bombachinha (Harpagus diodon) que começava a subir numa térmica, indo em direção a Rodovia 277 (deslocamento Nordeste-Sudoeste).
Dentro do parque, passamos pela casa do guarda-parque e fizemos o preenchimento de um cadastro. Este questionário permite a administração da unidade de conservação conhecer o perfil do visitante, além de controlar o número de pessoas na trilha e dar alguma segurança a elas. Caso o visitante não retorne e saia por onde entrou, alguém irá atrás dele.

A trilha, bem aberta, facilitou nossa caminhada, mas a subida exigiu esforço e devido ao calor não foi necessário mais do que 200 metros para ficarmos com as camisas encharcadas de suor.
A placa na entrada da Unidade de Conservação dizia que o percurso é de 40 minutos, foi mais ou menos o que levamos para chegar ao final dela, aparentemente.
Deparamos com um rio largo, porém, onde estava a cachoeira? A foto que vi na internet, era bem diferente, mostrando uma piscina natural e uma queda relativamente grande. Ainda tentamos seguir subindo o que parecia ser a continuidade da trilha, mas nada. Apenas serviu para eu pegar um punhado de micuins (larva de carrapatos) na altura dos tornozelos (Foto). Estas larvas ficam presas nas folhas e quando um animal ou humano passa, eles grudam no futuro hospedeiro.
Somente quem passou pela experiência de pegar micuins, sabe a coceira que causam. Então, vai a dica: Usem Calamed (mesma composição do Caladryl) utilizado para queimaduras solares, brotoejas, alergias e etc, traz alívio a coceira. Passar álcool não é tão eficiente quanto dizem.
Sem querer entrar na água para verificar se havia algum caminho na outra margem, retornamos para o carro.



Chegando próximo ao centro de Morretes, fizemos uma parada no Restaurante do Sato, mas encontramos preços um tanto caros, por exemplo, R$ 36,90 para um prato que servia arroz, filé, fritas e salada. A melhor opção foi ir ao Rota do Sol.
Depois, passamos na casa do Sr. Jorge, na localidade de São João da Graciosa. Estava ansioso em obter informações sobre o possível ninho de gavião-de-penacho (Spizaetus ornatus), vide relato do dia 14/12/2014, mas o Sr. Jorge não conseguiu fazer contato com o responsável pela área. De qualquer forma deu as dicas para chegarmos na propriedade e com quem falar. Então, fomos lá, encontrando o Cleomar, com quem conversei e mostrei algumas fotos de aves de rapina. Ao ver uma foto do falcão-peregrino (Falco peregrinus) disse que aquele não havia ali. Isto deu certa credibilidade ao que falava (falcão peregrino, ocorre em área abertas e evitam as regiões de vegetação densa - florestas). Outro rapaz, Jaime, comentou que sabe onde tem um ninho com um filhote branco, mas disse que eu não vou conseguir permissão para entrar na propriedade, visto pertencer a um político. Aqui, duas coisas interessantes, primeiro o fato de mencionar um (1), via de regra, não se desenvolve mais de um filhote nas espécies do gênero Spizaetus. Outro detalhe é a cor mencionada, branco. Caso fosse um ninhego de poucos dias, ele não teria como ver e saber a cor do filhote, a não ser que subisse e olhasse o interior do ninho. Portanto, se o filhote já for grande, então, pode ser mesmo um Spizaetus.
Mas há outra hipótese, tudo não passar de invenção carregada pelo exceto de álcool ingerido. Afinal, garrafas e latas de cerveja não faltavam em cima de algumas mesas, onde estavam os entrevistados.
Quanto a entrar na propriedade em que nos encontrávamos, obtivemos a permissão. Após cerca de meia-hora inspecionando o local, observamos apenas um gavião-bombachinha (Harpagus diodon), entretanto, pelo ambiente ao redor, sai com a certeza de que os grandes gaviões florestais podem ser observados ali.
Agradeço a Jesus e a ajuda recebida da Ação Social e da Primeira Igreja do Evangelho Quadrangular, que forneceu a cesta básica e as roupas que foram entregues ao Sr. Divino. Também a companhia do Pr. Jardel Roscamp e seus comentários sobre a semeadura no Reino de Deus. OBRIGADO JESUS!


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